Decisão inicia às 16h
O Gre-Nal 432, que será disputado na tarde desse domingo e define o campeão gaúcho de 2021 vai muito além da taça no armário para os comandados por Miguel Angel Ramírez ou Tiago Nunes. Além da volta olímpica na Arena, o resultado do clássico servirá de base para uma sequência de temporada mais leve ou mais tumultuada para o vencedor, especialmente para o espanhol, recém chegado ao Brasil.
Além de ter que reverter uma vantagem conquistada pelo adversário dentro de sua casa, Ramírez tem contra si um histórico recente que preocupa e pesa para os colorados. Em seu terceiro clássico o espanhol luta pelo primeiro título em solo brasileiro, mas também luta contra um histórico de uma vitória nos últimos 14 grenais e duas derrotas em dois clássicos sob seu comando. Perder na Arena – e nem falo em não conquistar o título -, pesaria toneladas sobre as costas do técnico que ainda está aprendendo a entender o tamanho da rivalidade local e do que realmente significa o clássico dos pampas. Sofrer uma nova derrota o tornaria freguês, repetindo o que aconteceu com o argentino Coudet e na mesma proporção tornaria a sequência de temporada um eterno furacão por resultados, cobranças pesadas e aquela arma apontada para a cabeça com a ameaça de que o próximo resultado ruim pode ser a porta aberta para sua saída. Vamos combinar que não é só o resultado do clássico o responsável por tudo isso, mas isso é assunto para uma outra postagem.
Para Tiago Nunes a pressão é menor, pois ele não participou do fracasso da Libertadores e venceu o único Gre-Nal que disputou e ainda não sofreu nenhuma derrota desde chegou, mas vamos combinar que a perda do título pode causar um desconforto que talvez nós que acompanhamos a distância não sejamos capazes de analisar. Um revés hoje, não só com perda de resultado, mas de título também, significa questionamentos e até uma mudança de direção em algumas decisões tomadas e opções feitas pelo técnico até aqui. Há menos pressão, mas nada que não possa mudar depois de 90 minutos mal jogados e um tropeço “inesperado” em casa, mesmo com toda a imprevisibilidade que possa cercar um Gre-Nal.
É clássico, vale título, vale caneco na galeria, mas também vale dias mais tranquilos e menos turbulência no longo caminho que é a temporada que ainda prevê Brasileirão e Copa do Brasil e pelo menos mais dois grenais até o fim do ano.