Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (1º), o chefe da Polícia Civil, delegado Fabio Mota Lopes, anunciou a conclusão dos trabalhos e o envio do inquérito ao Ministério Público. A investigação aponta homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, tortura e com recurso que dificultou defesa da vítima. O delegado José Bastos, titular da Delegacia de Polícia de São Gabriel e responsável por coordenar as investigações apresentou detalhes sobre o trabalho da pol.
“Temos três qualificadoras e o laudo aponta a causa da morte. Se o corpo do Gabriel foi colocado depois no açude ou não, nós ainda não sabemos. A morte aconteceu em decorrência das ações que aconteceram no início da abordagem”, explicou o delegado.
Bastos afirmou que o que relataram as testemunhas e o que o laudo apontou representam claramente o que aconteceu. Ainda conforme ele, não foi possível apontar a hora da morte devido ao avançado estado de decomposição do corpo do jovem.
“Nós temos relatos da investigação policial de que Gabriel foi agredido com um tapa, em seguida com golpes de cassetete e colocado contra a vontade dentro da viatura. Essas ações estão constatadas e fecham conforme o que aponta o laudo da perícia”, disse Bastos.
De acordo com o delegado, a agressão ao jovem teria acontecido após ele ter desacatado um dos policiais no início da abordagem.
Bastos explica que diversas diligências foram feitas e que as investigações mostraram como tudo aconteceu. Ficou provada a falsidade ideológica, a ocultação de cadáver e outros crimes.
“Após ser desacatado, o policias dá um tapa em Gabriel e ele caí no chão. A abordagem durou aproximadamente 10 minutos. Um terceiro policial abordou uma testemunha que também estava no local. Todos os policiais que participaram da abordagem aceitaram a conduta do policial que abordou e agrediu a vítima. Não existe nenhum indício de que algum dos outros policiais tenha se negado a participar das ações. Nós estamos investigando o crime de homicídio, a ocultação e cadáver, como é um crime militar, está aos cuidados da investigação militar. A gente sabe que ele foi deixado em uma estrada que quase não é habitada e as margens da barragem, detalhou o delegado Bastos.