Durante a entrevista coletiva pós-jogo ontem, em Medellín, o técnico Mano Menezes, visivelmente incomodado, pediu aos repórteres que parem de comparar o Inter atual ao que conquistou o vice-campeonato brasileiro em 2022. Segundo ele, “o ano virou em dezembro” e o clube vive outro momento.
Tentando justificar que “daqui pra frente só vai melhorar”, o técnico colorado sepulta o ótimo trabalho que ele e seus comandados fizeram na temporada passada e é aí que está o erro. Ao não admitir que o time caiu de produtividade, Mano escancara o quanto o Inter está devendo em 2023. Não comparar com 2022, ok? Mas comparar a atual temporada com as atuações dessa temporada? Não, pois em 2023 não há uma partida sequer que o Colorado tenha enchido os olhos do seu torcedor.
Não comparar o Inter que estreou com um empate fora de casa – que não deixa de ser um bom resultado, menos pela atuação e mais pelo ponto conquistado – ao da temporada passada deveria ser questão de ordem, pois assim é possível imaginar que realmente o grupo tem muito mais a entregar. Não fazê-lo só tem um motivo: não escancarar o quanto o mesmo grupo que terminou o Brasileirão como vice-campeão perdeu algo pelo caminho e está rendendo muito, mas muito menos, praticamente com as mesmas peças.
Já vimos esse filme antes e o final pro Mano não foi legal. Por essa postura ele ficou mais de um ano fora do mercado. Parecia ter se vacinado, mas pelas últimas entrevistas parece que o efeito da vacina já passou.