Algumas horas antes da chuva que caiu na tarde desta terça (14), como faço quase que diariamente, conversei com o Lusardo Parisi, gestor da Corsan em Santiago, para saber sobre o nível da barragem e expectativas em relação ao que a chuva prometida poderia trazer.
Pelo mapeamento diário feito já sabia que, felizmente, a barragem não atingiria seu nível crítico de 5 metros no dia 15, como apontavam as previsões mais pessimistas, mas confesso que ainda não tinha conhecimento sobre os motivos. E o que me foi dito pelo gestor foi bem auspicioso, como diria um amigo. Mesmo baixando cerca de 3 centímetros por dia, a barragem só atingiria o nível críticos nos primeiros dias de março, ou seja, ganhamos pelo menos mais 15 dias de autonomia. Digo que ganhamos porque se trata de uma vitória coletiva, digamos.
“Tivemos uma redução na produção, devido às campanhas para evitar desperdício e aos inúmeros vazamentos que consertamos no último mês”, explicou Lusardo.
Pra vocês terem uma ideia, segundo ele, nos meses de outubro e novembro, por exemplo, a produção de água chegou a 16.000 metros cúbicos por dia, enquanto que da metade de janeiro pra cá ficou um pouco abaixo dos 15.000m³, uma redução significativa. E sabem quanto disso consumimos? Pouco mais de 10.000m³/dia. A diferença está no que se usa pra lavar os filtros na Estação de Tratamento (ETA) diariamente e perdas com vazamentos.
O que isso significa na prática? Que estamos conseguindo utilizar a água com mais responsabilidade, que a população entende o momento delicado e está fazendo sua parte ao mesmo tempo que cobra da empresa atitudes práticas que evitem situações como essa no futuro.
O QUE A CHUVA NOS TROUXE
Por ora não é possível dizer quanto a chuva de hoje, que segundo o Inmet ficou próxima dos 40mm, trará de benefícios, mas por volta das 22h o nível já havia subido 6cm, ou seja, com o que ainda deve subir nas próximas horas, ganhamos mais 3 ou 4 dias de autonomia. Parece pouco? Sim, e é, mas se a chuva que ainda pode vir nos próximos dias confirmar, podemos avançar mais dias, quem sabe uma semanas, até a chegada de um período com maiores volumes.
É importante ressaltar que nesse momento não precisamos nos preocupar com racionamento, já que o próprio Lusardo confirmou em outra conversa que assim que atingir o nível crítico serão efetivadas algumas ações específicas.